Passados mais de 30 anos desde sua criação, o Dia Mundial do Meio Ambiente[05/06]...
Retoma hoje um tema que está ligado às suas origens, mas que, de lá para cá, só se intensificou: as alterações no ambiente provocadas pela ação do homem. Em 1972, a data foi criada para marcar a abertura da Conferência de Estocolmo, a primeira reunião ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU).
O evento estabeleceu, pela primeira vez, princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões relacionadas a questões ambientais. A idéia que estava ali é a mesma que volta agora. Com o slogan "Kick the habit!", algo como "corte um hábito", a ONU pede uma mudança de atitude de todo o mundo sobre as emissões de gás carbônico (CO2) – principal gás de efeito estufa e cuja alta concentração na atmosfera, provocada pela queima de combustíveis fósseis, é a maior responsável pelo aquecimento global.
Na esteira de 2007, em que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) publicou seu quarto relatório com a conclusão de que é inequívoca a culpa humana pelo aquecimento, a ONU reforça hoje o pedido para que países, empresas e comunidades rumem em direção a uma economia com menos emissão de carbono. O alerta é claro: "As mudanças climáticas são o assunto que vai definir o nosso tempo."
A situação é delicada e pede urgência na mudança de comportamento. Antes da Revolução Industrial (1750), a concentração de CO2 na atmosfera era de 280 ppm (partes por milhão). Hoje é de 379 ppm – a maior em 650 mil anos (veja mapa nas páginas 6 e 7). Só com essa elevação, a temperatura do planeta já subiu cerca de 0,8°C desde o período pré-industrial.
A expectativa do painel de cientistas é de que, se nada for feito para interromper o crescimento das emissões, em 2100 a Terra pode estar entre 1,8°C e 4°C mais quente. Para quem pensa que é pouco, vale a pena lembrar os danos que essa elevação pode causar. Entre 20% e 30% das espécies de plantas e animais podem desaparecer, se a temperatura global subir entre 1,5°C e 2,5°C. As culturas agrícolas podem diminuir a ponto de causar a fome de milhões de pessoas. Na temperatura máxima, 2 bilhões devem sofrer com a falta d’água.
Para evitar o desastre climático, os pesquisadores calculam que a concentração de gás carbônico terá de se estabilizar em no máximo 450 ppm. Mas isso não significa que as emissões ainda não possam crescer. Porque, se elas se mantiverem no ritmo atual, em menos de meio século o nível de CO2 atingirá 600 ppm. Ou seja, é necessário cortar pelo menos 50% nas emissões globais para se manter em 450 ppm.
MUITO MAIS QUE KYOTO
O drama aumenta de proporção quando se lembra que o famigerado Protocolo de Kyoto, já tão criticado – e desrespeitado – pelos Estados Unidos, pede uma redução de somente 5,2% nas emissões em relação aos níveis de 1990. E que, de lá para cá, elas cresceram em todo o mundo mais de 25%. Em sua maioria, esse número está associado ao crescimento econômico de países como Estados Unidos, China e Japão – daí a relutância em diminuí-lo.
Os especialistas fazem questão de frisar que ninguém está incentivando uma recessão econômica, mas pedem um pouco de boa vontade e mudanças nos modelos produtivos e nos hábitos de consumo. "As tecnologias já existem, estão todas aí, mas ainda não são empregadas em larga escala. Só é preciso um pouco de investimento para barateá-las e ampliá-las", afirma o físico Luiz Gylvan Meira Filho, da USP, um dos pesquisadores que ajudaram a escrever o Protocolo de Kyoto.
Já foi até previsto o custo total para fazer as modificações necessárias: menos de 3% do PIB mundial precisa ser investido até 2030 para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. A receita básica se baseia em fontes alternativas de energia – ou pelo menos na busca por maior eficiência energética nas fontes já utilizadas – e em um consumo mais consciente, visto que cerca de 85% da energia consumida em todo o mundo é gerada com queima de petróleo, carvão e gás natural. Além, é claro, da conservação de florestas. O desmatamento corresponde a cerca de 17% das emissões de gases-estufa.
A mensagem é simples. Cabe a todo mundo fazer sua parte – governos, empresas e sociedade civil. Se aos primeiros cabe aceitar metas de redução, regulamentar os setores e incentivar com tributos as mudanças necessárias, ao setor produtivo cabe pôr isso tudo em ação, otimizar processos produtivos, investir em tecnologias mais econômicas, trocando as matrizes, reduzindo desperdícios etc.
Aos cidadãos vale a velha fábula da andorinha. Se uma não faz verão, todas juntas... Isso sem falar no poder de cada um de cobrar uma atitude proativa de seus governantes.
Mudar não é mais uma opção, mas a única saída para proteger o planeta – não somente para as futuras gerações, como se pensava há alguns anos, mas para nós mesmos. É hora de emplacar de fato o estilo "carbon free", só que ele vai muito além da atitude de sair plantando árvores por aí.
VAMOS DAR AS MÃOS E JUNTOS CAMINHA EM PROL DASSA CAUSA,PRECISAMOS NOS UNIR PORQUE SOMOS IRMÃOS E PRECISAMOS UM DO OUTRO,DEUS HÁ DE AJUDAR RICAMENTE.AMÉM. MARIA DO CARMO; DE RECIFE PE.
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